
Quem vem lá?
Acendendo a noite
Com uma outra noite
Em forma de sorte
Secreta até pra mim?
Quem vem lá?
Um hospedeiro forte
Que vem sugar-me a morte
Que estava entranhada
Estancada
Em sangue
E com sua boca amorosa
Foi despejada
Virou mangue
E fez de tudo treva
Menos a mim
Um Sol
Livre de fim?
Serafim?
Qual será teu nome?
Mostra-se-me inteiro
Companheiro
Deixa esse breu seu
Esse mucoso pântano
Que é o futuro das previsões
Do que ainda não tem forja
Nem tem feito
Surja-se no plano da existência
E traz-me à plena consciência
Da alvorada.
Mas se preferir
Envolva-me no teu manto
De noite...
Que eu anoiteça
Dentro do seu dia
E desapareça
Da face do que sou.
A sua noite sendo tudo o que de mim restou.